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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Inclusão e Dislexia



A educação é um direito de todos e PARA TODOS; para isso a escola deve se adequar às necessidades educacionais de seu alunado. Necessidades Educativas Especiais não é sinônimo de deficiência como muitos ainda pensam... leia um trecho da Resolução que trata deste assunto:



RESOLUÇÃO CNE/CEB No. 02/2001 Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica


Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o
processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que
dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a
utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar
rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.


Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que entre 05% e 17% da população mundial é disléxica.

Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.

Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.

Sinais de alerta:
a dislexia é genética e hereditária, se a criança possuir pais ou outros parentes disléxicos quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, à escola e à própria criança. A criança poderá passar pelo processo de avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar especializada, mas se não houver passado pelo processo de alfabetização o diagnóstico será apenas de uma "criança de risco".

Haverá sempre:
- dificuldades com a linguagem e escrita ;
-dificuldades em escrever;dificuldades com a ortografia;
-lentidão na aprendizagem da leitura;

Haverá muitas vezes:
-disgrafia (letra feia);
-discalculia, dificuldade com a matemática, sobretudo na assimilação de símbolos e de decorar tabuada;
-dificuldades com a memória de curto prazo e com a organização’;
-dificuldades em seguir indicações de caminhos e em executar seqüências de tarefas complexas;
-dificuldades para compreender textos escritos;
-dificuldades em aprender uma segunda língua.

Haverá às vezes:
-dificuldades com a linguagem falada;
-dificuldade com a percepção espacial;
-confusão entre direita e esquerda.

Pré escola 
Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
-Dispersão;
-Fraco desenvolvimento da atenção;
-Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
-Dificuldade em aprender rimas e canções;
-Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
-Dificuldade com quebra cabeça;
-Falta de interesse por livros impressos;
-O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela seja disléxica;

há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza, estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.

Idade Escolar
Nesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos prejuízo emocional:
- Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;
-Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
-Desatenção e dispersão;
-Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
-Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e/ou grossa (ginástica,dança,etc.);
-Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;
-Confusão entre esquerda e direita;
-Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc.;
-Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
-Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc.;
-Dificuldades em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, tabuada, etc.;
-Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
-Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomias);
- Troca de letras na escrita;
-Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

Problemas de conduta como: 
- Depressão, timidez excessiva ou o ‘’palhaço’’ da turma;
- Bom desempenho em provas orais.Se nessa fase a criança não for acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais e conseqüentemente sociais e profissionais.

Adultos

Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar ou pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades:
- Continuada dificuldade na leitura e escrita;
- Memória imediata prejudicada;
- Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
- Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);
- Dificuldade com direita e esquerda;
- Dificuldade em organização;

Aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo como conseqüência: depressão, ansiedade, baixa auto estima e algumas vezes o ingresso para as drogas e o álcool.

DIAGNÓSTICO
Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.Então, como diagnosticar a dislexia?Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüências, não causa da dislexia).

Há algum método ou linha eficaz?
Não há nenhuma linha de tratamento que seja considerada ‘’a melhor’’ ou ‘’a única’’. O importante é a aceitação e adaptação do próprio disléxico à linha adotada pelo profissional. O que podemos dizer é que como a principal característica dos disléxicos é a dificuldade da relação entre a letra e o som (Fonema -Grafema), na terapia deverá ser enfatizado o método Fônico. Deve-se também treinar a memória imediata a percepção visual e auditiva. É sugerido que se adote o método multissensorial, cumulativo e sistemático. Ou seja, deve-se utilizar ao máximo todos os sentidos. Um exemplo básico é poder ler e ouvir enquanto se escreve. O disléxico assimila muito bem tudo que é vivenciado concretamente.

Fonte:ABD - Associação Brasileira de Dislexia http://www.abd.org.br/



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