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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ser Diferente é Normal!!

Vídeo da Preta Gil e Gilberto Gil...
             VÍDEO DO ALUNO D.A. DO IFF/ BOM JESUS DO ITABAPOANA.
Entrevista fornecida pelo aluno no decorrer deste ano, contando sobre seu ingressar no Instituto e de como é sua rotina na escola e como é estudar  e conviver com os alunos ouvintes dentro e fora do Instituto!!!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

MATERIAL DIDÁTICO



ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Pessoa com surdez

Deficiencia física

Deficiencia intelectual

Deficiencia visual

SABERES E PRÁTICAS DA INCLUSÃO - EDUCAÇÃO INFANTIL

Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem ou Limitações no Processo de Desenvolvimento

Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem – Deficiência Múltipla 

Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Deficiência Física

Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Surdocegueira/Múltipla Deficiência Sensorial 

Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Surdez 

Dificuldade de Comunicação e Sinalização – Deficiência Visual

Altas Habilidades/Superdotação


SABERES E PRÁTICAS DA INCLUSÃO - ENSINO FUNDAMENTAL


Desenvolvendo competência para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos


Desenvolvendo competência para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência física / neuromotora

Desenvolvendo competência para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com altas habilidades / superdotação

Desenvolvendo competência para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão 

OUTROS ARQUIVOS

Avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais

Atendimento Deficiência Mental 

Brincar Para Todos

Orientação e Mobilidade - Conhecimentos básicos para a inclusão da pessoa com deficiência visual

Pré Soroban

Grafia Braille para Informática

Estenografia Braille para a língua portuguesa

Ensino de Língua Portuguesa para Surdos - Caminhos para a prática pedagógica 1

Ensino de Língua Portuguesa para surdos – Caminhos para a prática pedagógica 2

Idéias para ensinar português para alunos surdos

O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira e Portuguesa de Sinais


A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação

Encorajando Potenciais

Orientação a Professores

Atividades de Estimulação de Alunos

O Aluno e a Família

SOFTWARES


MONET - O Monet é um software para criar desenhos que possam ser impressos em Braille, gerando figuras em relevo que podem ser percebidas por cegos. O Instituto Benjamin Constant, o Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ e a Acessibilidade Brasil fazem parte deste projeto.

DIRCE - O software Dirce foi desenvolvido para tocar audio livros no padrão Daisy 2 e 3. A versão de edição permite criar livros no formato Daisy 3.

AVALIADOR DE ACESSIBILIDADE - A Acessibilidade Brasil desenvolveu o "da Silva", o primeiro avaliador de regras de acessibilidade online. O ASES foi feito em parceria com o Governo Eletrônico e também avalia a acessibilidade de sites, porém o ASES contém mais recursos por poder rodar no computador da sua casa. Dentre esses recursos podemos citar o simulador de baixa visão e avaliação de várias páginas.

CORREIO BRAILLE - O Correio Braille é um sistema online que permite que qualquer pessoa possa enviar uma carta em braille para qualquer cego no Brasil. A Carla Alexandre patrocinou este projeto junto com a Acessibilidade Brasil.

DICIONÁRIO LIBRAS - O dicionário é fruto da parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos. Possui a versão online e também a versão distribuida em CD-Rom. A versão em CD já possui mais de 115 mil cópias e pode ser solicitada ao INES.

HÉRCULES E JILÓ - O software educativo "Hércules e Jiló" foi idealizado para servir de apoio a intervenções pedagógicas no campo das Ciências Naturais, abordando conceitos relacionados com os seres que existem na Terra (diversidade, características, classificação, relações tróficas, ambientes naturais e construídos etc.).

Descrição de recursos de tecnologia assistiva

Implante Coclear - informações

Virtual Vision - DV - informações e link para download

DOS VOX - DV - informações e como obter

LEGISLAÇÃO


















LIVROS DIGITAIS


A Construcao de Praticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades ... Por allan


A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI Por Gilberta S. de Martino Jannuzzi

A educação do surdo no Brasil Por Maria Aparecida Leite Soares

A Educação Inclusiva na Legislação do Ensino Por Lourdes Marcelino Machado e Andréia Fregate Baraldi Labegalini

A ilha dos daltônicos e a ilha das cicadáceas Por Oliver Sacks

A integracao social dos portadores de deficiencia Por rosana glat

ALUCINAÇOES MUSICAIS: RELATOS SOBRE A MUSICA E O CEREBRO Por OLIVER SACKS

ALUNO DEFICIENTE VISUAL NA ESCOLA: LEMBRANÇAS E DEPOIMENTOS Por Katia Regina Moreno Caiado

Asperger... Que significa para mi?: Un manual dedicado a ayudar a ninos y ... Por Catherine Faherty,Karen Sicoli,R Wayne Gilpin,Karen 
Autismo e psicosi infantile Por Frances Tustin

Com Uma Perna SÓ Por Oliver Sacks

deficiencia visual Por allan

DIREITO A DIFERENÇA, O: UMA REFLEXAO SOBRE DEFICIENCIA INTELECTUAL E Por Miriam Pan

Deficiência múltipla e educação no Brasil: discurso e silêncio na história ... Por Mônica de Carvalho Magalhães Kassar

EDUCAÇAO INCLUSIVA: CULTURA E COTIDIANO ESCOLAR Por Rosana Glat

Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente Por José Geraldo Silveira Bueno

educação especial Por allan

Educação especial: em direção à educação inclusiva Por Juan José Mouriño Mosquera,Claus Dieter Stobäus

Educação inclusiva: jogos para o ensino de conceitos Por João Serapião de Aguiar

El Sindrome de Asperger--estrategias practicas para el aula: GUIA para el ... Por George Thomas,Leicestershire County Council,Penny Barratt

Enfrentando o autismo: a criança autista, seus pais e a relação terapêutica Por Marie Dominique Amy

Enxaqueca Por Oliver Sacks

Escola inclusiva: linguagem e mediação Por Lucia Helena Reily

Guías neuropedagógicas para autismo, DHAD, dislexia y epilepsia Por Miguel Ángel Pérez Ordóñez

HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPEU, O Por Oliver Sacks

INCLUSAO ESCOLAR E SUAS IMPLICAÇOES Por JOSE RAIMUNDO FACION

Inclusão do Deficiente Auditivo: Alicerce: família, escola e sociedade Por Lisiane Nunes de Jesus

PESSOA COM DEFICIENCIA VISUAL, A: UM LIVRO PARA EDUCADORES Por ELCIE F. SALZANO MASINI,Elcie F. Salzano Masini (organizadora

Políticas e práticas de educação inclusiva Por MARIA CECILIA RAFAEL DE GOES

pre soroban Por seesp

Praticas Pedagogicas Da Educacao Especial Por Anna Maria Lunardi Padilha

Sexualidade E Deficiencia Mental: Pesquisando, Refletindo E Debatendo Sobre ...

Tempo de despertar Por Oliver Sacks

TIO TUNGSTENIO: MEMORIAS DE UMA INFANCIA QUIMICA Por Oliver Sacks

Trabalhando com Alunos Superdotados, Talentosos e com Altas Habilidades Por Janet Bates e Sarah Munday

TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO E: TRANSTORNOS DE COMPORTAMENTO ... Por JOSE RAIMUNDO FACION

UM ANTROPOLOGO EM MARTE Por Oliver Sacks

Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos Por Oliver Sacks

AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇOES DE HENRI WALLON Por LAURINDA RAMALHO DE ALMEIDA,ABIGAIL ALVARENGA 

FILMES NA ÁREA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA


LEGENDA: 

DA: DEFICIÊNCIA AUDITIVA      DI: DEFICIÊNCIA INTELECTUAL    
DV: DEFICIÊNCIA VISUAL           DF: DEFICIÊNCIA FÍSICA
DM: DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA   HA: ALTAS HABILIDADES  
PC: PARALISIA CEREBRAL    TGD: TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 

A COR DO PARAÍSO - DV


ADORÁVEL PROFESSOR - DA


CÓDIGO PARA O INFERNO - S. ASPERGER


DO LUTO À LUTA - S. DOWN


FOREST GUMP - DI


GÊNIO INDOMÁVEL - HA


MEU FILHO, MEU MUNDO - TGD - AUTISMO


MEU NOME É RÁDIO - DI


MEU PÉ ESQUERDO - PC


MINHA AMADA IMORTAL - DA


NASCIDO EM 4 DE JULHO - DF


O ENIGMA DE KASPAR HAUSEN


O HOMEM ELEFANTE


O MILAGRE DE ANNY SULIVAN - DM


O OITAVO DIA - S. DOWN


O PEQUENO MILAGRE - NANISMO


O ÓLEO DE LORENZO - ADRENOLEUCODISTROFIA


PERFUME DE MULHER - DV


RAIN MAN - TGD (AUTISMO DE ALTO-FUNCIONAMENTO)


SHINE-BRILHANTE - TGD (S.ÁSPERGER)


SUSAN POLGAR - HA (DOCUMENTÁRIO)


TEMPO DE DESPERTAR


TESTEMUNHA DO SILÊNCIO - TGD (AUTISMO)


UMA LIÇÃO DE AMOR - DI


UMA MENTE BRILHANTE - ESQUIZOFRENIA


À PRIMEIRA VISTA - DV

A PROVA (Proof) legendado - AH 


ADAM - TGD (Asperger)

GABY: UMA HISTÓRIA VERDADEIRA - PC

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dia do Surdo!! 26/09/2012






 O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense - campus Bom Jesus do Itabapoana/ Rj, com grande satisfação faz-se saber que comemoramos com entusiasmo o Dia Do Surdo!!!
  APRESENTAÇÃO DO TEATRO
" Inclusão Social "

 



 Integrantes do Teatro: Thiago Rezende, Mere Greice, Lucas Valadares, Flávia Motta, Letícia Ribeiro, Pedro Henrique, Paulo Otávio, Renata...



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Indivíduos com Síndrome de Asperger têm oportunidades profissionais em empresas europeias


Muitos que possuem Síndrome de Asperger enfrenta dificuldades no mercado de trabalho e no emprego, mas essas pessoas têm também habilidades especiais que são procuradas por muitos empresários. Uma companhia dinamarquesa encontrou uma maneira de unir as duas coisas e está exportando o seu bem- sucedido serviço de busca de empregos para outros países.

Após trabalhar no centro de pesquisas Cern, próximo a Genebra, durante uma década, onde ele participava das tentativas de entender as origens do universo, Niels Kjaer, um físico de 49 anos de idade, retornou para a sua nativa Copenhague. Lá não havia classificados de jornais com empregos para pessoas que tinham doutorado em física de partículas, e ele não possuía contatos nas universidades locais. Como Kjaer sente dificuldade em interagir com outras pessoas, ele decidiu trabalhar como motorista de táxi em Copenhague. “O.k., tudo bem”, disse ele para si mesmo. “Eu trabalharei apenas durante a noite”. Seis meses depois, ele estava sofrendo de depressão.

Após ter constatado inúmeras vezes como o seu filho pequeno sentia dificuldade em se adaptar ao jardim de infância, Thorkil Sonne, diretor técnico da companhia dinamarquesa de comunicação TDC, e a mulher dele procuraram um psicólogo em busca de orientação. Em vez de dicas sobre como criar o filho, eles acabaram recebendo um diagnóstico. Segundo o psicólogo, o filho deles sofria da Síndrome de Asperger, uma forma de autismo. O psicólogo disse também que pessoas com Síndrome de Asperger geralmente não têm problemas de concentração e possuem ótima memória, mas elas enfrentam dificuldades no campo social, o que faz com que seja difícil para elas rir de coisas engraçadas ou consolar pessoas que se sentem tristes.

De acordo com o psicólogo, essa dificuldade de se relacionar com outras pessoas faz com que as crianças que têm Síndrome de Asperger fiquem socialmente deslocadas.


Ao ouvir as palavras autismo e deslocado, o pai ficou chocado. O psicólogo disse que não havia muito a se fazer em relação ao caso.

Reconhecendo talentos frequentemente ocultos

Atualmente, Niels Kjaer, o físico de partículas, não está mais dirigindo táxis. E isso tem algo a ver com o fato de Thorkil Sonne não ter seguido o conselho do psicólogo. Em vez disso, ele decidiu que, na verdade, algo poderia ser feito pelas pessoas com Síndrome Asperger.


Em 2004, Sonne criou uma companhia em Copenhague chamada Specialisterne, cuja tradução é “Os Especialistas”. A companhia contrata pessoas como Kjaer e as insere em projetos, principalmente em companhias de tecnologia de informação, onde elas analisam softwares, gerenciam dados e escrevem programas.

Sonne diz que não criou a companhia por motivos filantrópicos. Ele desejava que o trabalho feito pelos seus funcionários tivesse importância, e que os talentos deles fossem reconhecidos – talentos que são difíceis de se descobrir em entrevistas de emprego formais.

Sonne garante que os seus funcionários recebem salários padrões da indústria. O seu objetivo de longo prazo é criar um milhão de empregos no mundo todo para pessoas com Síndrome de Asperger e outras desordens similares vinculadas ao autismo. A Specialisterne já tem escritórios na Islândia, na Escócia e na Suíça, e ela pretende criar um na Alemanha neste ano.

O que é a Síndrome de Asperger

Matthias Prössl entra em um café de Munique,  vindo direto do centro de empregos, onde um orientador explicou a ele como os empresários podem se beneficiar de subsídios e verbas do governo. Prössl deseja levar a ideia de Sonne da Dinamarca para a Alemanha. Este homem de 51 anos já foi um executivo da IBM. O seu filho mais velho foi diagnosticado como portador da Síndrome de Asperger seis anos atrás. Desde então, o mundo de Prössl deixou de girar em torno da profissão e da carreira.
Cerca de uma em cada 3.000 crianças tem Síndrome de Asperger, que é mais comum em meninos do que em meninas. Ainda não se entende bem a origem desse problema, embora os especialistas acreditem que ele seja causado por uma combinação de fatores genéticos, lesões cerebrais e alterações bioquímicas. Ao contrário do que ocorre em outros indivíduos autistas, a inteligência e a linguagem desenvolvem-se normalmente nas crianças que apresentam Síndrome de Asperger.
Na verdade, muitas delas começam a falar mais cedo do que as demais crianças, às vezes antes mesmo de aprenderem a andar. Elas logo passam a se interessar por um assunto favorito e mergulham nos seus próprios mundos, examinando mapas, listas telefônicas e horários de trens. Mais tarde, o interesse delas volta-se para tabelas periódicas, linguagens de programação ou, como no caso de Niels Kjaer, fórmulas da física de alta energia.



Porém, elas têm dificuldade em interpretar corretamente situações sociais e são incapazes de analisar apropriadamente expressões faciais, gestos e estados emocionais de outras pessoas. Além do mais, elas frequentemente evitam fazer contato direto com os olhos. Segundo a definição profissional, elas se caracterizam por uma “falta de reciprocidade social e emocional”.

Não há cura para a Síndrome de Asperger, embora o tratamento possa ajudar as pessoas que dela padecem a lidar com o mundo de uma forma um pouco mais efetiva. Os indivíduos que têm Síndrome de Asperger ou autismo não são capazes de manifestar empatia pelas emoções das outras pessoas, mas elas podem aprender que uma voz alta ou uma testa franzida significam raiva e irritação.

Ironias, piadas e metáforas geralmente não são entendidas pelos indivíduos com Síndrome de Asperger porque eles as interpretam literalmente. Por exemplo, a sentença “a minha cabeça está a ponto de explodir” pode fazer com que eles entrem em pânico.

Pessoas que entendem tudo de forma literal têm dificuldade para mentir, e a maioria das pessoas que têm Síndrome de Asperger é brutalmente honesta. Durante uma entrevista, ao se depararem com a pergunta, “Qual é a sua fraqueza?”, elas tendem a responder com toda a honestidade. De fato, elas não possuem a habilidade para se apresentarem de uma forma vantajosa. Como resultado, algumas delas conseguem se formar na universidade, mas acabam fracassando miseravelmente ao ingressarem no mercado de trabalho.

Atualmente o filho de Prössl tem 15 anos de idade. Como sofre de uma forma atenuada da Síndrome de Asperger, ele frequenta uma escola secundária normal. Quando ele começou a frequentar a atual escola, os seus pais falaram com alguns professores a respeito do problema de forma a evitar maus entendidos quando ficou claro que o filho deles tinha dificuldade para interagir com os outros alunos.

Muita gente que tem Síndrome de Asperger frequenta escolas especiais. “Isso não ocorre por eles terem dificuldades intelectuais, mas sim porque os grupos de alunos nessas escolas são menores”, explica Friedrich Nolte, da Sociedade Alemã de Autismo. Nas escolas normais, as pressões sociais muitas vezes são muito grandes para as crianças que têm Síndrome de Asperger. Elas acabam sendo vítimas de zombarias e de assédio, o que faz com que muitas delas acabem ficando deprimidas. “Eu não quero que o meu filho seja mandado para uma terapia ocupacional em vez de aprender o que ele pode fazer e aquilo que gosta”, diz Prössl. Mas qual é a melhor maneira de proporcionar a essas crianças uma boa educação e ajudá-las a ingressar em uma carreira?

O escritório principal da Specialisterne fica em uma zona industrial no oeste de Copenhague. As paredes e as portas são decoradas com pôsteres de filmes e cartões postais engraçados. Um Cubo de Rubik que foi solucionado por um dos funcionários está sobre uma mesa de trabalho.

Depois que o seu filho foi diagnosticado como portador da Síndrome de Asperger, Sonne diz que tornou-se um participante ativo da Associação Dinamarquesa de Autismo, onde ele e a mulher foram conhecendo gradualmente outras crianças que tinham o mesmo problema. Ele conheceu adolescentes que, apesar de serem inteligentes e competentes, estavam fracassando na escola. “Esses são garotos que respondem às perguntas dos professores em vez de ficarem brincando com as crianças que sentadas nas cadeiras vizinhas”, diz Sonne. “Mas isso não deveria ser motivo para que elas fossem obrigadas a frequentar uma escola para crianças com necessidades especiais, não é mesmo?”.

Sonne sabe por experiência própria como pode ser difícil encontrar funcionários atentos para detalhes, persistentes e precisos – exatamente as habilidades que ele observou nos jovens que têm Síndrome de Asperger. No entanto, nenhum deles tinha como colocar em prática os seus talentos.

“Eu queria aproveitar as características dos indivíduos autistas, não apenas por causa deles, mas também para beneficiar a economia”, explica Sonne. Ele criou a companhia em 2004 com um empréstimo que teve como garantia a hipoteca da sua casa. Atualmente a Specialisterne possui 33 empregados.

Sonne já ganhou vários prêmios internacionais como reconhecimento pelo seu compromisso com essa causa. Ele recebe perguntas de pais e pessoas com Síndrome de Asperger do mundo inteiro. Todo esse apoio o encorajou a implementar a sua ideia em outros países.

Vantagem óbvia para os empregadores

Quando lhe perguntam por que um empregador deveria contratar uma pessoa autista, Sonne diz que as vantagens proporcionadas por esses indivíduos são óbvias. “As pessoas com Síndrome de Asperger concentram-se melhor. Elas são mais precisas”, diz ele. “Essas habilidades constituem-se em uma vantagem em áreas como a de controle de dados. Outros profissionais dessa área perdem o interesse após a terceira tentativa, e depois disso os erros começam a surgir. Já o meu pessoal mantém-se superconcentrado mesmo após a décima tentativa”.



Sonne explica que essas pessoas precisam apenas de um pouco de ajuda com outras coisas. As pessoas portadoras da Síndrome de Asperger não têm nenhum senso de nuances, mas elas são frequentemente perfeccionistas. Quando acham que algo não faz sentido, elas geralmente fazem críticas diretas. Como tal abordagem pode provocar atritos no ambiente de trabalho, os funcionários de Sonne também recebem treinamento em etiqueta profissional. Eles aprendem por exemplo a trocar amabilidades com os colegas de trabalho e a fazer críticas de maneira diplomática. Sonne diz que com um pouco de consideração todo mundo se entende.

Na Dinamarca, funcionários da Specialisterne estão atualmente gerenciando projetos na Siemens, na Nokia e na TDC. Quando lhe é perguntado por que as pessoas autistas têm tanto envolvimento com computadores e são obcecadas por dados e pela ordem, Sonne responde: “Elas gostam de aderir a regras fixas e rotinas, e os computadores são congêneres bastante confiáveis quanto a isso”. Além do mais, a linguagem de computadores é logicamente estruturada e na maioria das vezes essas máquinas permanecem do mesmo jeito que se encontravam da última vez em que foram utilizadas.

Além disso, diz Sonne, as pessoas que um indivíduo encontra na Internet são mais previsíveis do que aquelas com as quais ele interage na vida real. Na Web, a maioria dos indivíduos escreve aquilo que realmente deseja dizer usando termos claros e exatos. Raramente é necessário ler nas entrelinhas, e a maioria das pessoas identifica a ironia em um smiley.

Niels Kjaer está sentado diante de uma mesa de trabalho em um escritório da Specialisterne, trabalhando em um programa de computador criado para ajudar a melhorar o controle de qualidade de ovos de galinha. O objetivo é detectar rachaduras nos ovos com uma câmera especial. Kjaer mostra imagens de ovos manchados, amassados ou rachados. Ele procura os ovos imperfeitos para removê-los.

Kjaer fez um longo percurso. Após o Cern ele dirigiu táxis e, finalmente, passou a fazer programas de computadores. Quando lhe perguntamos se ele está feliz, Kjaer não desvia o olhar da tela, e responde que ainda há muita coisa a ser aperfeiçoada no programa. “Aqui em cima, à esquerda”, diz Kjaer, apontando para um ovo. “Em breve será possível detectar essas pequenas rachaduras”.

É claro que ele não respondeu à pergunta. Mas talvez ele simplesmente a tenha entendido de uma forma completamente diferente.
 
 fonte: 
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2012/02/25/servico-de-busca-de-empregos-e-uma-excelente-noticias-para-individuos-com-sindrome-de-asperger.htm#comentarios

SÍNDROME DE ASPERGER: UM DESAFIO NA SALA DE AULA




Maria Jordélia de Macedo*
Aparecida Barbosa de Melo Ferreira**
RESUMO

Se desejarmos uma escola inclusiva, teremos sempre muitos desafios nas nossas práticas pedagógicas. Receber crianças com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) em sala de aula causa sempre um grande impacto. É necessário saber olhar, interpretar e só depois intervir diante dos comportamentos e atitudes dessas crianças. Não basta que os professores tenham só um bom senso ou se sensibilize com tal situação, mas principalmente que tenham uma formação adequada de forma que possa atender da melhor forma possível tais alunos e assim garantir igualdade de oportunidades para todos ao invés de conduzi-los para o insucesso escolar.
Pensando assim, o presente artigo pretende enriquecer as práticas na educação especial, considerando o que é a Síndrome de Asperger (SA), como ela se desenvolve no indivíduo e quais as estratégias úteis para vencer os desafios em sala de aula.
A SA é uma desordem pouco comum no desenvolvimento neurologicamente, no qual apresentam desvios e anormalidades em três amplos aspectos: relacionamento social, uso da linguagem para a comunicação e certas características de comportamento e estilo envolvendo características repetitivas ou perseverativas sobre um número limitado, porém intenso, de interesses.

Palavras-Chave: Síndrome de Asperger. Desafio. Estratégias

________________________
* Professora Orientadora. Pedagoga (UFPE), Especialista em Psicopedagogia (UPE);
** Graduada em Pedagogia pela UVA – Universidade Vale do Acarau. Pós Graduanda em nível de Especialização: Educação Especial e Práticas Inclusivas, FACOL.




Introdução

             As crianças diagnosticadas com Síndrome de Asperger (SA) são mais um dos desafios que educadores encontram em sala de aula. De modo geral, elas são vistas como “esquisitas”, e muitas vezes, por apresentar falta de jeito para interagir socialmente, são motivos de brincadeiras inadequadas pelos colegas. Apresentam interesse constante por determinados assuntos, tornando-se, na maioria das vezes, com uma apresentação “estranha”. Estas crianças demonstram falta de compreensão da subjetividade das relações humanas, principalmente das regras do convívio social. São inflexíveis e demonstram falta de habilidade para conviver com mudanças, por esse motivo essas pessoas com SA estão com facilidade sujeitas à irritabilidade e são emocionalmente vulneráveis. No entanto, as crianças com SA apresentam frequentemente, níveis de inteligência na média ou acima dela, também demonstra uma excelente capacidade de memorização. Seu interesse freqüente por determinado assunto, juntamente com sua originalidade intelectual, pode mais tarde trazer-lhe sucessos na vida profissional. Diante de casos apresentados em nossa sala de aula, de crianças com SA, é importante que o professor possa ter conhecimento sobre o que é a Síndrome de Asperger e quais seriam algumas das alternativas mais adequadas para trabalhar com essas crianças em sala de aula. Para os educadores, é necessário compreender o aluno com está Síndrome, saber lhe dar e poder traçar caminhos que os mesmos possam desenvolver-se. Já que desejamos uma escola que seja verdadeiramente inclusiva, então temos que repensar as nossas práticas educativas.

Eu tenho uma espécie de dever, de dever de sonhar de sonhar sempre, pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho de ter o melhor espetáculo que posso. E assim me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis. (Fernando Pessoa).

É importante saber olhar, analisar e só depois intervir diante de comportamentos e atitudes incomuns ou até mesmo que não se enquadram dentro dos padrões estabelecidos como sociais. Para isso não basta apenas ter bom senso ou sensibilidade, mas principalmente da formação adequada dos professores para que possam trabalhar da melhor forma possível com estes alunos, só assim garantiremos a igualdade de oportunidades para todos ao invés de conduzi-los para o insucesso na escola. É necessário enriquecer as práticas pedagógicas, assumir um papel inovador no que se refere às estratégias úteis e necessárias para trabalhar com crianças portadoras da Síndrome de Asperger. Para transformarmos a prática pedagógica é importante rever também a questão da formação do educador. Celso Vasconcelos em seu livro: Resgate do Professor como sujeito de transformação, aponta alguns dos graves desafios que o professor precisa enfrentar para dar conta do conjunto das questões que envolvem as atividades docentes:

*Capacidade de trabalhar a dialética humanização-desumanização, não só entender de desenvolvimento humano, mas também de infância roubada, de negação de direitos e oportunidades, de truncamentos nos processos educativos, para poder ser professor dos alunos concretos que terá ou tem. * Capacidade de gerir processos de mudança. * Visão política de totalidade, para poder entender as complexas relações da escola com a comunidade e, em especial, com a sociedade.

Evidentemente que o professor precisa estar sempre disposto a se rever, buscar, fazer uma autocrítica e se comprometer sempre com a superação de seus limites.

Ser professor é ser eterno aprendiz: quem não tem disposição para aprender, quem acha que já sabe, não tem condições de ensinar, qual seja, de fazer o outro aprender! (sf. Demo, 2000: 85).  “É praticamente impossível mudar a prática de sala de aula sem vinculá-la a uma proposta conjunta da escola, a uma leitura da realidade, à filosofia educacional, às concepções de pessoa, sociedade, currículo, planejamento, disciplina, a um leque de ações e intervenções e interações. Não iremos muito longe se ficarmos discutindo, por exemplo, metodologias de ensino de forma isolada”. (Celso Vasconcelos).

Para enriquecer as nossas práticas pedagógicas é necessário juntar essas inovações ao Projeto Político Pedagógico (PPP), isto é, trabalhar essas inovações de forma conjunta na escola. Se discutir as metodologias de ensino de forma isolada não chegará a lugar algum. Portanto, mas do que nunca, numa escola inclusiva, o PPP deve ser objeto de mudança e essa mudança só poderá acontecer se resultar de uma ação coletiva e participativa, comprovada pela vontade e compromisso de cada um que constrói a escola.

1.    Síndrome de Asperger

          A Síndrome de Asperger faz parte do aspecto autista, apenas tornando-se diferente do autismo clássico porque não apresenta nenhum atraso ou retardo global no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo ou na linguagem do indivíduo.
          Essa síndrome é mais comum no sexo masculino, sendo este chegando aproximadamente a ser atingido quatro vezes mais do que o feminino. A SA foi exposta no ano de 1920, pela primeira vez, por Schucharewa, neurologista da Rússia, que aponta essas pessoas como indivíduos que apresentam persistência em se afastarem das relações sociais. No ano de 1944, um pediatra austríaco, chamado de Hans Asperger, divulgou alguns casos de psicopatia autística infantil. Posteriormente, no ano de 1981, L. Wing, uma psiquiatra norte americana definiu esta pertubação com SA para homenagear Hans Asperger. Porém, só foi reconhecida mais tarde, como critério de diagnóstico no DSM – IV ( Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais ), no ano de 1994.
           O novo critério do DSM – IV para diagnóstico de SA, inclui a presença de:
 Particularidades qualitativas na interação social, envolvendo alguns ou todos dos critérios:
·         Uso de peculiaridade no comportamento não-verbal para regular a interação social;
·         Falha no desenvolvimento de relações com pares da sua idade;
·         Falta de interesse espontâneo em dividir experiências com outros;
·         Falta de reciprocidade emocional e social.
Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades envolvendo:
·         Preocupação com um ou mais padrões de interesse restritos e estereotipados;
·         Inflexibilidade a rotinas e rituais não funcionais específicos;
·         Maneirismos motores estereotipados ou repetitivos, ou preocupação com partes de objetos.
            De acordo com o DSM – IV os critérios para se poder diagnosticar a Síndrome de Asperger são:

           Critérios Diagnósticos para F84. 5 – 299.80 Transtorno de Asperger
A.    Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes quesitos:
(1)   Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social.
(2)   Fracasso para desenvolver relacionamentos apropriados ao nível de desenvolvimento com seus pares.
(3)   Ausência de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex. deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas).
(4)   Falta de reciprocidade social ou emocional.

B.     Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos;
(1)   Insistente preocupação com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesses, anormal em intensidade ou foco.
(2)   Adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais.
(3)   Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., dar pancadinhas ou torcer as mãos ou os dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo).
(4)   Insistente preocupação com partes de objetos.
C.     A perturbação causa prejuízo clinicamente significativo nas áreas social e ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.
D.    Não existe um atraso geral clinicamente significativo na linguagem (por ex., palavras isoladas são usadas aos 2 anos, frases comunicativas são usadas aos 3 anos).
E.     Não existe um atraso clinicamente significativo cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (outro que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.
F.      Não são satisfatórios os critérios para um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou Esquizofrenia.

Mesmo que os sintomas do comportamento dessas crianças com SA estejam bem definidos, pouco se sabe sobre as raízes neurobiológicas dessa desordem. Segundo estudos realizados, os indivíduos com Autismo apresentam anormalidades nos lobos frontais e parietais.
No decorrer desse tempo os termos que utilizaram para definir essa síndrome foram muitos, chegando até a criar grande confusão entre os pais e educadores.
Essa síndrome se caracteriza por apresentar desvios e anormalidades em alguns aspectos do desenvolvimento, como; interação social, uso da linguagem para a comunicação e algumas características repetitivas ou perserverativas sobre um limitado número, porém bastante intenso, de interesses. Os indivíduos não-autistas conseguem captar informações cognitivas e emocionais de outras pessoas simplesmente através de algumas pistas deixadas no ambiente social ou em traços em sua expressão facial, na linguagem corporal, no humor ou na ironia. Enquanto que os indivíduos com SA não apresentam essa capacidade, sendo assim não conseguem reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais, então são incapazes de prever o que se pode esperar dos demais ou o que esses podem esperar deles. Dessa forma, são levadas a apresentar comportamentos impróprios e anti-sociais.
Mesmo tendo características semelhantes ao Autismo, os indivíduos com SA na maioria das vezes têm habilidades cognitivas elevadas.
A SA é conceitualizada como a disfunção mais ligeira do aspecto da perturbação autista. Neste conceito, Van Krevelen (cit in Wing, 1991), refere que ao nível mais grave do mesmo, se encontram crianças que “vivem no seu próprio mundo”, enquanto que no nível mais discreto “vivem no nosso mundo, mas à sua maneira”.
As crianças com Síndrome de Asperger até podem procurar se inteirar socialmente, mas sempre apresentarão dificuldades em interpretar e aprender as capacidades de interação social e emocional com os outros.
Assim, podemos perceber que nem todas as crianças com SA agem igualmente. Do mesmo jeito, sendo menino ou menina, cada crianaç tem sua maneira própria e singular e os sintomas dessa síndrome são apresentados de maneira específica para cada indivíduo. Portanto, não adianta pensar que existe uma receita pronta para vivenciar com essas crianças em sala de aula, do mesmo modo que não existe uma metodologia ideal para ser usada com crianças que não apresentam Síndrome de Asperger.


2.      Estratégias de intervenções em sala de aula com portadores da Síndrome de Asperger

Diante do quadro apresentado por um indivíduo com SA, não existe uma fórmula exata para lidar com crianças e jovens com Síndrome de Asperger em sala de aula, pois cada indivíduo com SA tem suas características típicas da síndrome, porém manifestadas de forma individual e específica em cada uma delas, mas percebe-se que podem ser usadas algumas estratégias que serão úteis e ajudarão bastante a dar respostas ás necessidades educativas especiais destas crianças. É importante perceber que serão apresentadas algumas sugestões de uma forma geral, portanto deve ser adaptado às necessidades únicas de cada indivíduo portador dessa síndrome.
De acordo com os estudos realizados a cerca da SA, é bastante relevante destacar algumas intervenções realizadas em sala de aula.
Confrontadas com mudanças, mesmo sendo rápidas, as crianças com SA ficam bastante ansiosas, altamente sensíveis. É importante que o professor:
·         Evite as mudanças, principalmente as surpresas, pois as crianças com SA precisam ser preparadas com antecedência para qualquer atividade que vá alterar o horário ou mudar o hábito, mesmo que essa mudança seja mínima;
·         Ofereça sempre um ambiente seguro e previsível;
·         As rotinas no dia-a-dia devem ser sólidas, pois as crianças com SA precisam compreender essa rotina e saber sempre o que a espera;
·         Evite momentos que elas possam sentir medo do desconhecido, dos novos professores, novas turmas, escola, tão cedo quanto possível e assim evitam-se as preocupações que geram angústia;
As crianças com SA apresentam muitas dificuldades em interagir socialmente. Demonstram pouco jeito para começar e até mesmo manter uma conversa, tendo assim dificuldade na comunicação. Elas falam para as pessoas, mas não com elas. Frequentemente desejam fazer parte do mundo social, no entanto, não sabem como se integra. É necessário que:
·         A escola proteja essa criança das brincadeiras inadequadas;
·         Quando os colegas têm idades adequadas a entender, é importante que o professor explique as características da criança com SA e sempre elogie os colegas quando estes as tratam com respeito, sendo assim, se evita o isolamento da criança;
·         Vivencie situações onde as crianças com SA apresentem suas habilidades cognitivas em pequenos grupos, e possam ser vistas pelos colegas como talentosas, favorecendo assim uma maior probabilidade de serem aceitas;
·         As crianças com SA, em sua maioria, desejam ter amigos, mas não sabem como fazê-lo. Então, elas precisam ser orientadas de forma apropriada a reagir em situações diferentes. Devem-se criar momentos onde o “faz - de- conta” sirva de exemplos para que a criança com SA entenda as regras que as outras crianças entendem de forma intuitiva;
·         Quando uma criança com SA, mesmo sem intenção, insulta, magoa, deve ser explicado a ela que esse comportamento é inapropriado e qual deveria ser o jeito correto de agir, pois a crianças com SA não tem noção do que é as emoções dos outros;
·         Quando os estudantes são mais velhos, o professor pode adotar para o aluno com SA o que chamamos de “amigo tutor”, que é aquele amigo da mesma classe, sensível às dificuldades do estudante com SA e que vai sentar próximo e tentar ajudá-lo nas atividades escolares;
·         É característico que a criança com SA apresente tendência para se retrair, portanto o professor precisa criar situações de envolvimento com os outros, favorecendo a socialização e evitando assim que ela passe todo o tempo solitário nos seus interesses obsessivos por determinados assuntos.
            As crianças com SA produzem longas lições, quando estas são das suas áreas de interesses, repetem perguntas sobre determinados assuntos, dificilmente elas mudam de opinião, seguem suas próprias idéias e na maioria das vezes se recusam a aprender matérias que não faz parte do seu grupo restrito de interesses. Então:
·         Não permita que crianças com SA persistam sobre assuntos de interesses isolados. Quando isso acontecer limite este comportamento e especifique pra ela um tempo, durante o dia, que ela possa conversar sobre esses assuntos, desta forma ela vai aprender a se controlar, pois isso fará parte da sua rotina diária;

A utilização de um reforço positivo, com o intuito de se obter um determinado comportamento, é uma estratégia importante para ajudar as crianças com SA (Dewey, 1991).

·         Estas crianças precisam também ser elogiadas quando apresentam comportamentos sociais adequados, por mais simples que sejam;
·         Determinadas crianças com SA se recusam a realizar trabalhos que não sejam da sua área de interesses, portanto é necessário deixar claro para elas que não é ela que manda e que é preciso que ela siga regras específicas. Porém, simultaneamente, o professor também pode fazer concessões, permitindo assim que ela siga os seus interesses em determinadas condições;
·         Poderá oferecer tarefas à criança com SA, relacionadas com o tema de seu interesse e que tenha haver com a área de conhecimento em estudo, por exemplo, se a criança tem interesse pela boneca da Emília, ofereça-lhe exercícios gramaticais, situações problemas de matemática, ortografia, textos para leituras sobre a Emília;
·         Utilize os interesses obsessivos da criança com SA para favorecer um alargamento no seu repertório de interesses. Como exemplo, numa aula de geografia sobre ecossistemas, o aluno com SA que possui obsessão por animais, estuda não só os animais que habitam esses ecossistemas, mas também os outros seres vivos, a casa desses animais, etc. Sem falar, que é motivado a aprender a população desse local que derrubou as árvores para garantir a sua sobrevivência.
         As crianças com SA estão frequentemente distraídas, ocupadas com os seus pensamentos; são muito desorganizadas; apresentam dificuldades em concentrar-se nas atividades da sala,
(frequentemente, tal não se deve a falta de atenção “per si”, mas sim ao focarem-se em detalhes irrelevantes; a criança com SA não consegue discernir o que é). importante [ Happe, 1991]

E como tal a atenção é dirigida para estímulos insignificantes; apresentam grande tendência para se isolarem no seu mundo interior, de forma bem maior que o que chamamos “sonhar acordado”, e demonstram dificuldade em aprender quando em grupo. Portanto:
·         As tarefas escolares devem ser divididas, as questões precisam ser sintetizadas e o professor deve reorientar sempre que for necessário;
·         As crianças com SA devem estar sentadas nas carteiras da frente e o professor tem que fazê-lhe, com freqüência, perguntas diretas, para que a mesma possa perceber a necessidade de acompanhar a aula;
·         É importante que as crianças com SA tenham seus trabalhos de sala e tarefas de casa diminuída em sua quantidade, pois apresentam dificuldades de concentração;
·         Sente a criança com SA ao lado de outra criança que a lembre constantemente da necessidade de estar atenta as tarefas e as aulas;
·         O professor precisa estar numa batalha constante no que se refere ao encorajamento a criança com SA para que ela possa abandonar os seus pensamentos ou as fantasias e concentrar-se no mundo real. É necessária bastante paciência porque para a criança com SA o mundo interior é bem mais atraente do que a vida real.
           A maioria das crianças com SA tem uma inteligência média ou acima da média, (principalmente no domínio verbal), mas podem apresentar dificuldades na capacidade de compreender os raciocínios muito elaborados. Apresentam uma visão muito concreta e a capacidade de abstração limitada. Mesmo tendo um estilo de linguagem pedante, demonstrando uma falsa imagem do que compreendem o que estão dizendo, quando na verdade estão apenas a repetir como um papagaio o que ouviram ou o que leram. É importante:
* Proporcionar um programa educativo individualizado;
* Quando os conceitos vivenciados em sala de aula forem abstratos, é interessante que se proporcionem explicações adicionais ou tente simplifica-los;
* Explorar bastante a capacidade de memória das crianças com SA, porque as informações concretas é a área forte delas;
* Estabelecer regras claras no que diz respeito a qualidade do trabalho acadêmico dessas crianças, porque em sua maioria, as crianças com SA não se esforça em áreas que não a interessam.
           Para que muitas dessas estratégias dêem certas, é importante que sejam consideradas as características particulares de aprendizagem de cada uma dessas crianças para que o apoio necessário seja fornecido e só assim se construa as competências necessárias.


Conclusão

             Quando pensamos em educação inclusiva, refletimos sobre todas as crianças serem incluídas na vida educativa e social da escola, porém esse pensamento só será possível quando as escolas se concentrarem na construção de um sistema que se apresente de forma estruturada para que as necessidades de cada um seja atendida e se perceba, de forma clara e objetiva, que a responsabilidade é de toda a comunidade. Correia (2003:9) alerta “a criança com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) não se alimenta de sonhos, mas sim de práticas educativas eficazes que têm sempre em linha de conta as suas capacidades e necessidades”.
             A criança com Síndrome de Asperger pertence a este grupo diversificado dos alunos com NEE. Por ser ainda pouco conhecida, estas crianças vivem em contextos escolares onde, em sua maioria, são voltadas ao fracasso escolar e rotuladas de mal comportadas, indisciplinadas ou até mesmo, estranhas. Desta forma, o sucesso destas crianças depende de um diagnóstico precoce, de profissionalismo e principalmente de carinho, como maneira de protegê-las de rotulações.
               Este estudo representou uma nova proposta, um novo caminho que foi percorrido e que continuamente passou por reflexões, sob um olhar crítico que vai se amadurecendo de maneira que a teoria e a prática se ajudem e se completem. É importante observar que este estudo abriu novos caminhos, dicas e principalmente novas idéias para a Educação Especial e que sejam, de fato, mais uma valia nesta área. Foi interessante observar como a SA  se apresenta e quais as áreas de conhecimento de maior interesse dessas crianças e mais ainda, como pode o professor, ajudar a promover outras competências que se encontram em déficit numa criança com SA.
                O mais importante ponto de partida para ajudar estudantes com Síndrome de Asperger a funcionar efetivamente na escola é que todos que tenham contato com a criança compreendam que a criança tem uma desordem de desenvolvimento que a leva a se comportar e responder de forma diferente que os demais estudantes. Partindo dessa compreensão, a escola precisa individualizar sua abordagem para cada uma dessas crianças, não trata-los da mesma forma que os demais estudantes.
                 O próprio Asperger compreendeu a importância central da atitude do professor no seu próprio trabalho com essas crianças. Ele escreveu em 1944.
“Estas crianças frequentemente mostram um surpreendente sensibilidade à personalidade do professor... Eles podem ser ensinados, mas somente por aqueles que lhe dão verdadeira afeição e compreensão, pessoas que mostram delicadeza e, sim, humor... A atitude emocional básica do professor influencia, involuntária e inconscientemente, o humor e o comportamento da criança”.
É sempre importante retrata-la, compreende-la, definir os caminhos que possam vir a ser úteis para todos os profissionais que se vêem a par desta síndrome no campo da educação especial.
Estudar, aprofundar, compreender e atuar de forma competente são aspectos fundamentais de qualquer indivíduo, sobretudo quando nos encontramos na Educação Especial, com crianças que merecem serem felizes. É nossa responsabilidade de com estas crianças e por elas construir esse caminho.


ABSTRACT

If we want an inclusive school, we always many challenges in our pedagogical practices. Receive children with Special Educational Needs (SEN) classroom always cause a big impact. It is necessary to look, interpret and then intervene before the behaviors and attitudes of these children. It is not enough that teachers have only one sense or be sensitive to this situation, but mainly they have adequate training so that it can best serve these students as possible and thereby ensure equal opportunity for all instead of driving them to school failure.
Thinking thus, this article aims to enrich the practice in special education, considering what is Asperger Syndrome (AS) as it develops the individual and what are useful strategies to overcome challenges in the classroom.
AS is an uncommon disorder in neurological development, in which present deviations and abnormalities in three broad areas: social interaction, language use for communication and characteristics of behavior and lifestyle characteristics involving repetitive or perseverative on a limited but intense of interests.

Keywords: Asperger's Syndrome. Challenge. Strategies


REFERÊNCIAS
 
BAUER. Stephen. Autismo – Síndrome de Asperger – Ao longo da vida.
Disponível em http://www.autismo_br.com.br/home/as-vida.htm  - Acesso em 26/12/2008

VASCONCELOS. Celso dos Santos, 1956 – Para onde vai o Professor? Resgate do Professor como Sujeito de Transformação, 8ª ed. São Paulo – Libertad Editora 2006.

VASCONCELOS. Celso dos Santos, 1956 – Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político – pedagógico ao cotidiano da sala de aula, 7ª ed. São Paulo – Libertad Editora, 2006.

WILLIAMS. Chris. Convivendo com Autismo e a Síndrome de Asperger: Estratégias Práticas para Pais e Profissionais / Chris Williams e Barry Wrighat 2008 – São Paulo: M. Books do Brasil Editora LTDA.

WILLIAMS. Karem. Autismo – Síndrome de Asperger: entendendo estudantes com a Síndrome de Asperger – Guia para professores.
Disponível em http://www.autismo_br.com.br/home/as-escol.htm  - Acesso em 26/12/2008